Informação

Em 1998 a advogada Antonieta Barbosa descobriu que tinha um câncer de mama. Além de enfrentar o tratamento doloroso e passar por uma mastectomia, ela se deparou com uma série de entraves burocráticos na busca pelos seus direitos. Depois de ouvir muitas histórias e questionamentos sobre a burocracia para conseguir que a lei que protege os portadores de câncer seja cumprida, a Drª Antonieta decidiu recolher todas as informações sobre a legistação existente no país e as reuniu no livro “Câncer – Direitos e Cidadania”, o mais completo guia com os direitos, centros médicos e jurídicos gratuitos e as ONGs de apoio aos portadores de câncer. Em entrevista ao Portal do Voluntário ela ensina como a informação pode mudar a vida do paciente, permitindo que ele exerça sua cidadania.Em entrevista ao Portal do Voluntário ela ensina como a informação pode mudar a vida do paciente.

Como foi receber a notícia que tinha câncer?

Drª Antonieta Barbosa - Na época, com um diploma de advogada engavetado há quase 20 anos, pensando em seguir a carreira jurídica, requeri minha aposentadoria porporcional e fui em busca da realização desse sonho que, de repente, foi interrompido pelo resultado de uma biópsia onde estava escrito: “carcinoma ductal invasivo”, ou seja “câncer de mama”.

Além da dor com a doença e o tratamento, quais foram os maiores problemas que você enfrentou?

Drª Antonieta Barbosa - No processo que vai da suspeita à confirmação do diagnóstico, passando pelos tratamentos, desencadeia-se um turbilhão de emoções. A dificuldade aumenta quando se percebe que o diagnóstico vem acompanhado de uma espécie de abandono sócio-institucional. O paciente pode ser despedido do emprego sem nenhuma garantia, o acesso ao crédito, financiamento imobiliário, seguros, planos de saúde, benefícios previdenciários tudo lhe é negado, deixando-o órfão de cidadania. Foi nesse contexto que me debrucei sobre a legislação e descobri um manancial de normas que poderiam me beneficiar as quais eram completamente desconhecidas na época.

Como foi sua experiência no GAAPAC – Grupo de Apoio e Auto-Ajuda ao Paciente de Câncer em Recife?

Drª Antonieta Barbosa - Nesse processo todo, especialmente no momento do diagnóstico é importante participar de um grupo de apoio para compartilhar experiências com pessoas que estão passando pela mesma situação. Foi importante também conviver com pacientes nas clínicas oncológicas, hospitais, na quimio e radioterapia. Foi esse convívio a fonte de inspiração para a realização dessa pesquisa que se transformou no livro “Câncer – Direito e Cidadania”, hoje na 12ª edição, com cerca de 100 mil exemplares vendidos.

Então surgiu a idéia de escrever o livro “Câncer – Direito e Cidadania” Drª Antonieta Barbosa - Durante esse convívio, orientando pacientes aqui e ali percebi que uma correta informação poderia tirar uma pessoa da situação de indigência. Presenciei muita gente pagando o que não devia e deixando de receber o que tinha direito pela simples desconhecimento da legislação. Eu passei pelo câncer com informação, plano de saúde, condições financeiras favoráveis, apoio da família, médicos particulares, apoio psicológico e fisioterapêutico também particulares. Foi muito angustiante imaginar que havia pessoas passando pela mesma situação sem condições mínimas, sem dignidade, verdadeiros indigentes de informação.
Foi tocada por esse sentimento que resolvi aprofundar os estudos, comprar livros, pesquisar na internet nos portais jurídicos, com colegas advogados, percorrer repartições, fazer uma verdadeira “romaria jurídica” na busca de informações que pudessem minimizar o sofrimento dessas pessoas.
Como não havia uma editora que acreditasse no projeto decidi vender meu próprio carro e banquei sozinha a 1ª edição do livro “Câncer – Direito e Cidadania” que tinha apenas 500 exemplares e, para minha surpresa, esgotou em 10 dias.
Como adquirir o livro “Câncer – Direito e Cidadania”?

Drª Antonieta Barbosa - Nas grandes livrarias.

Veja mais informações no site www.antonietabarbosa.adv.br